Olá criança. Criança de todos nós!
Por que o tempo - essa interferência as vezes déspota, tece-te da amarga verdade ao embrionar-te?
Este senhor - pançudo tempo, te faz estar em repouso perpétuo, incomunicável dentro dos homens. As adquiridas estações do tempo faz que olhemos pra ti, ó criança, criança de todos nós, e somente apreciar-te no ventre das nostalgias.
Por que não te despertas, ó criança? Criança de todos nós! Liberta-te deste teu sono inebriante, desta letargia sulfúrica que acomete truculências e sem reservas priva o homem dos cheiros das tuas travessuras e das delícias das tuas inocências.
Queira estar de pé! Acordada para fazer homens não temerem pesadelos. Desperta á constrange-los do fel que se servem entre eles. Faça-os reverter das suas anomalias pelo beijo despretensioso da tua consciência.
Olá criança. Criança de todos nós! Levanta-te deste berço forçado e venha engatinhando para alegrar entre nós. Faça-nos viver. Ressuscita-te, criança de todos nós! Lá fora o sol esta raiando. Esta nutrindo a todos nós pelo seu calor. O dia vai temperando as surpresas e as horas nos alerta outras mais curiosidades. Faça nos abrir o presente. Tu és o nosso presente!
Sem ti, ó criança, criança de todos nós, toca-se aquela sinfonia singular e o homem é uma canção homicida. Homicida do plural! A sua arma esta calibrada do individualismo. É este individualismo e o homem que o porta, responsáveis pelo trancafiar ao escuro, a criança de todos nós. Priva-nos das imagens das deles e querem assaltar-nos dos retratos das nossas.
Ó criança! Criança de todos nós! O teu sorriso transporta o êxtase das doçuras. É fonte límpida e pode refrescar o homem das intempéries. Faz fugir apressada e, desnorteia de vergonha, tenta se ocultar, camuflar entre os corações de pedra, a cascavel. Esta sagaz animália é que pica o homem e paralisa-o da manifestação de ti, ó criança, criança de todos nós.
Esta cascavel deva ser sumamente aniquilada! Seja estória de alertas entre os homens de bem. Esta cascavel é senão a habilidade do homem em negar-se do amor e de amar ao próximo.
Criança! Criança de todos nós! Não tens as cãs da idade e sabes bem ensinar o homem que o tempo é parte ligeira do seu mau. Em verdade tentei. Mil vezes prossegui. Agora, adverte-me a desistência qual sussurra aos meus ouvidos que a tua arte, sem ti eu não consigo erigir.
- Homem que sou e não consigo, no papel em branco, contar e dar nome aquela constelação. Mas tu, ó criança, criança de todos nós, és forte e de fé sobrenatural viril.
Não somente consegue contar e dar nomes á todas aquelas estrelas, como também, coloca naquele papel em branco, o arquipélago de onde vislumbra e executa todo esse trabalho.
A tua imaginação produz o corpo, promove vida e escolhe o timbre da voz, dados ao que antes era nada.
Socorro! Socorra-me! Tenho definhado por não ter desta tua proteína. O tempo- este senhor pançudo, destas fertilidades me roubou. Fez-me crescido e corroí-me infectando do que há de indiferenças nestas selvas de pedras.
Ó criança! Criança de todos nós! Sacude-te, estremeça-te, levanta-te em todo homem.
Que este venha experimentar de ti, ó criança, criança de todos nós.
Fará assim sossegar o homem das inquietações. As guerras cessarão! Fome e desperdícios não mais terão emprego! Das tristezas não se lembrarão! A alegria será a constância e a paz de espírito uma lei inviolável da constituição!
Na verdade, vós crianças, vós é que sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo!
O homem tornou-se sal insipido. Azedado, tramita entre si conspirações. Já não consegue mais habitar o próprio corpo. Todavia esta doente e a febre que o aflige é o mau da ambição.
A vós, crianças, a vós é que fora dada o garantir da salvação. Ao homem, caiba ter-te dentro de si mesmo. Aquentar-te, manifestar-te, ó criança, criança de todos nós!
Peço que visita-nos! Converta-nos, faça-nos prosélitos para a tua paz.
- Seja todo o homem desejoso das tuas sendas. Hospedeiro incomensurável da tua vitalidade, ó criança! Criança de todos nós!
Ó homem, queres ser amigo de Deus?
Não ame o mundo e nem as coisas que nele há.
Ó homem, quereis ter morada no céu?
Então não te detenhas mais!
Esta dita e ainda é validada aquela advertência que fora dada há dois milênios e uma década e já vamos pro quarto ano: "Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus”.
R.Matos.
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